COSTA DO DENDÊ

Do alto do morro, os dois turistas chilenos olham e parecem não acreditar. "Conheço outros lugares do Brasil, mas isso é impressionante", diz um deles. A vista em questão é a das belas enseadas azuis-esverdeadas de Morro de São Paulo, na Costa do Dendê, um dos sete pólos turísticos da Bahia. Além de Morro - o destino mais importante, que no ano passado recebeu mais de 160 mil turistas -, fazem parte dessa região Valença e seu distrito Guaibim, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Igrapiúna, Camamu e Maraú.
Ao todo, são 115 quilômetros de litoral, onde o visitante ainda encontra praias praticamente intocadas, como a de Barra Grande, no povoado de mesmo nome. Cachoeiras existem aos montes. Depois de um percurso de 2,5 quilômetros, chega-se à da Pancada Grande, em Ituberá, com queda de 80 metros de altura e águas refrescantes. Em Valença e Camamu, casarões do século 19 lembram um passado de prósperas economias. Em qualquer lugar dessa costa, a natureza não decepciona o visitante.
Para que mais turistas descubram o que a Costa do Dendê tem, o governo da Bahia está destinando US$ 110 milhões em obras de infra-estrutura, melhorias nas estradas, recuperação urbanística e construção de aeroportos, como o de Valença, inaugurado em julho. O empreendimento, chamado Bom Jardim, inclui ainda um atracadouro. Orçado em R$ 5,5 milhões, o aeroporto, por enquanto, é utilizado apenas pelo Club Med de Itaparica, que faz vôos fretados para seus hóspedes.
Quando começarem os vôos regulares - previstos ainda para este ano -, a chegada a Morro de São Paulo será bastante facilitada. Depois do desembarque em Valença, haverá um traslado até o atracadouro, feito em 10 minutos. De lá, ocorrerá o transporte marítimo para o povoado, que em lancha rápida dura menos de 15 minutos, quando antes era necessário atravessar a Baía de Todos os Santos de catamarã, seguir pela BA-001 durante uma hora e fazer outra travessia de barco para alcançar Morro de São Paulo.